Ela se chama Valéria Conceição dos Santos Donner, mas tornou-se  conhecida como Valéria Valenssa ou “a ex-globeleza”. Hoje, aos 39 anos, a  mulata carrega outro título: serva de Deus.

Casada há 18 anos com o famoso designer gráfico Hans Donner,  atualmente trabalha com ele na administração e coordenação de suas  palestras ministradas dentro e fora do Brasil, e se dedica aos filhos  João Henrique e José Gabriel Donner.
Valéria é evangélica desde 2004, ano em que viveu um período difícil  ao ser dispensada pela Globo depois de 15 anos como símbolo do carnaval  na emissora. Ela conheceu o amor e a verdadeira felicidade em Jesus, e  afirma que não se imagina mais distante de Cristo.
Como aconteceu a sua saída da TV Globo?
Depois que nasceram os filhos a Globo decidiu escolher outra mulata.
O que mudou em sua vida após essa fase? 
Tudo.  Primeiro porque pensava que estava preparada para enfrentar  qualquer coisa, o que não era verdade. Pensava também que eu era  insubstituível, e ninguém é.  Naquele momento não esperava ser  dispensada. Aprendi que o homem te coloca num pedestal e o próprio homem  te tira dele. Mas com Deus tenho aprendido a andar nas alturas,  conforme está escrito em Habacuque 3:19.
Como e quando você se converteu a Jesus Cristo? 
Nessa fase em que a Globo me demitiu, em 2004. Um dia estava em casa  muito angustiada e triste. Lembrei de um convite que havia recebido  algumas vezes, tratava-se de uma reunião de oração feita por  funcionários da Globo, às segundas-feiras, no horário de almoço. Resolvi  aceitá-lo e lá tive um encontro com o Senhor Jesus Cristo.
Conte seu testemunho. 
Sempre fui uma pessoa religiosa e tinha muita fé em Deus, mas não o conhecia.
Quando a Globo me chamou para uma reunião e disse: “hoje você não é  mais”, o mundo caiu ali pra mim. Fiz loucuras, coisas que hoje não  faria. Eu estava 10 quilos acima do peso. Fiz plástica num período curto  de dois meses, perdi 12 quilos. Meu filho tinha oito meses de idade.  Virei escrava daquela situação, para provar para o homem que eu poderia  alguma coisa. Eu esperei do homem ajuda.
Quando passei por esse momento delicado, cheguei a ficar deprimida,  mas foi aí que Deus se revelou para mim e entrou de verdade em meu  coração, transformando toda a minha vida. Não consigo me imaginar  distante da presença de Deus.
Percebo que minha história é marcada por muitos milagres. Hoje faço  questão de testemunhar que sirvo a Deus. Isso está muito nítido na minha  vida.
Tenho visto o mover do Senhor. Estou caminhando há sete anos, com  muita oração e pedindo muita sabedoria. Tenho dado testemunho em várias  igrejas sobre a minha mudança de vida.
O seu marido, Hans Donner, também é?
Ainda não, mas não abro mão da minha promessa em Josué 24:15 “Eu e a  minha casa serviremos ao Senhor”. Ele tem visto o mover de Deus em minha  vida.
Você é mãe. Costuma levar seus filhos a igreja? Já falou de Jesus para eles? 
Sim, sempre. A Bíblia nos ensina  em Provérbios 22:6 “Instrui o  menino o caminho que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará  dele”.
Ser evangélica fez você diminuir a preocupação com o corpo?
Sim, de certa forma.  Mas aprendi na Bíblia, em I Coríntios 6:19 que o  nosso corpo é o templo do Espírito Santo, logo preciso ter zelo e  cuidados com meu corpo e saúde.
Como foi a recepção das pessoas à sua conversão, principalmente daqueles que te viam antes como símbolo sexual?
As pessoas me vêem com carinho, dizem que sentem saudade. São elas que vão me ouvir falar de Deus.
Desde o momento que chego num ambiente fico “ligada”. Um dia precisei  acompanhar meu marido num evento ligado a samba. Tudo depende da minha  postura e do que vou falar, como me comportar, como me vestir.
Eles dizem que hoje estou diferente. Temos que passar para as pessoas  a diferença daqueles que servem a Deus e dos que não servem. Muitos  sabem que estou na igreja, que não faço mais carnaval, mas o amor e o  respeito dessas pessoas não mudaram. Sempre busco a oportunidade de  dizer que o que Deus tem feito na minha vida pode fazer na delas também.
Você participa de projetos sociais? 
Sempre participei. E quando você faz não precisa falar, mostrar.  Quando Deus chama, Ele tem propósito, é para pregar a Palavra. Antes eu  era madrinha de ONG, cedia a minha imagem para buscar recursos.
Hoje sou voluntária de uma ONG que assiste a mulheres carentes, mães  abandonadas que criam seus filhos sozinhas. Dedico um tempo por semana  para conversar, apoiar, falar sobre minha experiência de vida com Deus.
Fonte: 
CPAD News